segunda-feira, 29 de novembro de 2010

«« A PROFANIA DE UM SONHO ASTRONÓMICO »»





«« A PROFANIA DE UM SONHO ASTRONÓMICO »»


Ai se um fosse uma deusa profana,
Do universo descia com alegria.
Toda a água pura em bebia,
Que da fonte me molhava a limpa fama.


Mas na água cálida teu corpo penetra,
Como que em minh’alma destemida.
Minha ilusão comprida,
Nessa tua magia me infecta.


No calor dos teus lábios refresco meu desejo,
Na luz fria de teu olhar há uma luz tépida.
No sorrir floresce a mais deliciosa ternura discreta,
No querer desse teu longo ensejo.


No aperto de teu abraço carinhoso liberto meu ser,
No íntimo do canto desfeito refaço meu cansaço.
Nas tuas mãos longas sinto teu braço,
Que me afaga suavemente o meu leve crer.


Na alvura de tua alma obscureço meu pensar,
E busco confundir-me com teu ser.
Nele me enfronho sempre no requerer,
Viver se sou deusa quero recomeçar.


Ainda assim tento saciar minha sede de amar,
Mas o amor é clareira sem mar nem fundo.
Visa olhar sem o destemido e tamanho Mundo,
Naquela gigantesca nuvem de imenso ar.


Hoje sou platónico como a água cálida e fria,
Da qual minh’alma combalida faz parte.
Os restos que ficarão da minha mente se reparte,
Por a maior ventura da tua euforia.


Como o sonho não realizado do amor satisfeito,
Respiro profundamente suave e leve do meu peito.
Mas com a rica e plena razão do amor real de eleito,
Ainda que não da forma ideal existe um ser humano de respeito.




Manuel José

«« ESTRELA DO MEU DIA-a-DIA »»






«« ESTRELA DO MEU DIA-a-DIA »»



É a felicidade do meu dia-a-dia,
Porque a sei compreender.
Ela traz-me profunda alegria,
Que nunca a desejo perder.


Meu coração já lhe entreguei,
Mesmo que venha a desaparecer.
Por ela neste e no outro mundo farei.
Para a ver feliz sempre a crescer.


Não importa estrelinha querida,
Se esse teu brilho esmorecer.
Fico com uma imensa ferida,
Quando não te vejo aparecer.


Este poema que faço,
Com toda a dedicação.
Para uma estrelinha em compasso,
Canto esta melodiosa canção.




Manuel José

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

«« COMO O MUNDO ANDA SATURADO »»





«« COMO O MUNDO ANDA SATURADO »»



Neste Sol apagado,
Neste lugar que se sente.
Neste Mundo tão cansado,
Vive a sonhar toda a gente.


Nesta noite escurecida,
Vês o Luar a crescer.
Tua força está perdida,
Por não te ver aparecer.


São dias que passas assim,
De tanto mesmo esperar.
Alguns até nem tem fim,
Outros ficas a observar.


Na manhã dos dias seguintes,
Vês a vida a escorregar.
São os raios que já não sentes,
Naquela melancolia que irás mergulhar.




Manuel José

sábado, 20 de novembro de 2010

«« QUANDO A ALMA DÓI, O CORAÇÃO APERTA »»




«« QUANDO A ALMA DÓI, O CORAÇÃO APERTA »»


Quando o vento sopra,
Algo nos quer dizer.
Uma flor abrota,
Sempre que o vento aparecer.


A tristeza sempre dói,
Seja na alma ou coração.
Neste órgão ela rói,
Quando o vento sopra então.


Alegria vem com o tempo,
Nasce sempre ao entardecer.
Quando o vento é bem mais lento,
A melodia musical nos faz enriquecer.


Todos somos ricos e pobres,
Cada um ao seu modo de estar.
Há aqueles que são mais nobres,
Em que o vento os vai levar.


Leva-os incessantemente,
Para bem longe de mim.
Leva-os nessa corrente,
Que marca o trajecto sem fim.


E nesta onda atmosférica,
Os mais fortes também vão.
Desde a Europa até América,
Dão apertos de ligação.


Rapazes e raparigas,
Cantam alegremente.
Não medem quaisquer medidas,
São os Príncipes da gente.



Manuel José

«« VAILEMOS NAS CORRENTES DO DANÚBIO »»






«« VAILEMOS NAS CORRENTES DO DANÚBIO »»



Foi ao som da melodia,
Que meu coração acelerou.
Por ter a tua companhia,
Que ele se encantou.


No violino plangente,
Rodopiava a tristeza.
Livrando a alma da gente,
Daquela verdadeira fortaleza.


Na fortaleza uma orquestra havia,
A qual lançava ao éter os acordes.
Neste universo em sincronia,
Dos mais codificados moldes.


Como é bom sentirmo-nos contentes,
Extasiando-se toda a beleza.
Usufruto dos momentos presentes,
Fonte da inspiração da Natureza.


É como sobrevoar o Danúbio,
Apreciando o azul das límpidas águas.
Em êxtase de profundo plenilúnio,
Entre a paisagem das densas casas.


Deslizando suave e vagarosamente,
Cheio de serenidade e luz.
Aterrisar no chão docemente,
Onde a verdura se produz.



Manuel José

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

«« MULHER A HERANÇA QUE SE ALCANÇA »»




«« MULHER A HERANÇA QUE SE ALCANÇA »»


Como obra de sua criação,
Deus criou primeiro o varão.
Teve por ele grande carinho
E não quis que ficasse sozinho.


A mulher surge como parceira
Para ser a fiel companheira.
Deu a ela a sublime graça
De multiplicar a nossa raça.


Tem ela o dom materno,
Herança do Pai eterno.
Ser mãe é a maior glória
Do seu papel na história.


A justiça que hoje faço
É que ela ocupou seu espaço.
Tem presença em todo sector,
Mostrando seu grande valor.


Apesar do grande preconceito,
Soube se impor com respeito.
E com toda dignidade
Conquistou a sua igualdade.


Bendigo a arte primeira,
Mas muito mais à parceira.
Afinal, quem é que não quer,
Ter ao lado um amor de mulher?


Poema dedicado às grandes Senhoras.



Manuel José

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

«« ANSIEDADE DE CADA SONHO »»




«« ANSIEDADE DE CADA SONHO »»


Não sei se foi sonho, ou mesmo realidade,
Se uma mescla de um sonho na vida.
Quando passei com suavidade,
Aqueles momentos que nunca se olvida.


Não sei se ansiamos por lá ou ali,
Naquela casinha mais afamada.
A vida é mais jovem quando o amor sorri,
Mesmo que a ilusão seja bafejada.


Mas a vida sonhada se desvirtua,
Neste tão longo e distante pensar.
A minha imagem e a tua na lua,
Reflecte a nossa vida mesmo ao luar.


Sente-se o frio daquela noite gelada,
Na terra ou na lua também.
Quando a fase troca a nossa piada,
Sentimos o querer do nosso bem.


És maré do fim do mundo,
Palmarés de tanta vitória.
Deixa esse sentimento profundo,
Minha alma gémea, tu és a minha glória.



Manuel José

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

«« TEUS OLHOS ESPELHADOS NO LAGO DAS MINHAS LÁGRIMAS »»




«« TEUS OLHOS ESPELHADOS NO LAGO DAS MINHAS LÁGRIMAS »»



Sou menino, vou partir,
Partir para outro lugar.
Vou assim deixar fugir,
Teus olhos espelhados no meu olhar.


Vou partir não desta vida,
Porque Deus me deseja aqui.
Tenho uma imensa ferida,
Que não a deixarei para ti.


Partirei como adolescente,
Sonhando as coisas mais belas.
Sou um ser humano crente,
Das palavras que proferiste singelas.


Vou para um local vazio,
Onde podes-me contemplar.
Lá há muito calor e frio,
Nessa noite de Luar.


Não sei se há barcos ou caravelas,
Nem por conseguinte fontes em chamas.
Viverei à luz das velas,
E beberei o suco das minhas lágrimas.



Manuel José

terça-feira, 2 de novembro de 2010

«« QUANDO O SOL NÃO APARECER EU ESTAREI LÁ »»




«« QUANDO O SOL NÃO APARECER EU ESTAREI LÁ»»



- Se um dia ele não aparecer
pede a Deus para iluminar o teu dia…

- Que teu amanhecer seja tão encantado
como a magia de todas as fadas...

- Que o teu dia seja tão estrelado
como a mais linda noite de luar...

- Que teus desafectos sejam tão pequenos
como a mais pequenina gota do mar...

- Que teus caminhos sejam tão límpidos
como as águas do mais sonhado riacho...

- Que tuas angústias sejam tão poucas
como a última ave mais rara...

- Que tuas fantasias sejam tão boas
como o desejo da jóia mais cara...

- Que tua força seja tão forte
como a do mais selvagem animal...

-Que tua docilidade seja tão sensível
como a do mel mais natural...

-Que tua capacidade seja tão aprovada
como a alma mais povoada...

- Que eu possa chorar diante teus olhos
e sintas que sou teu amigo de verdade…

- Que nesta Terça-feira de hoje
possas abrir o coração ao Mundo.



Manuel José