quinta-feira, 8 de julho de 2010

«« DA NUDEZ NÃO SAIREI »»




«« DA NUDEZ NÃO SAIREI »»


Era uma obstinação que beirava no absurdo,
Mas foi assim que tudo começou.
Desde aquele encontro decisivo e mudo,
Que marcou aniquilação e a inutilidade que pairou.


Nenhuma transformação ou movimento,
Sou filha de artes proibidas.
Sou a ausência deste todo firmamento,
Em cada abraço, manequim das preferidas.


Sou mulher fascínio brutal,
Que nestas passarelles vou perfilando.
Dispo-me simplesmente e natural,
Ovacionada sinto-me desfilando.


Sou manequim de vitrines,
Embrionária de eternas feituras.
Feita de carne e ossos me defines,
Menina doce mas de grandes ternuras.



Manuel José

1 comentário:

  1. Adorei tuas poesias Manuel José...
    "Sou filha de artes proibidas.
    Sou a ausência deste todo firmamento,
    Em cada abraço, manequim das preferidas."


    Perfeita...
    e ainda dizem:
    O Poeta é louco porque não sabe o que escreve?
    ou louco é quem a lê sem entender...!
    Mario Quintana já dizia:
    "Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."

    ResponderEliminar